terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Lembranças de viagem...


Todo mundo quando viaja traz algum tipo de lembrança. Um lugar, uma comida, um entardecer, uma foto, uma bebedeira, uma pessoa, ou algo que simplesmente marcou e te fará - pelo resto de sua vida - relembrar exatamente aquele momento que você viveu.

Com certeza eu também tenho diversas lembranças de viagem e algumas delas foram feitas esse ano quando tive a oportunidade de conhecer a África do Sul por conta da Copa do Mundo de Futebol 2010.

A África é um local que te proporciona uma série de coisas não habituais: o dialeto zulu e afins, cultura popular tribal, culinária exótica, natureza abundante e selvagem...

Mas o senso comum quando se fala em viajar para a África é: ver os animais selvagens em seu habitat natural!

Por isso que todo mundo que vai ou pensa em ir pra lá idealiza os safáris - no estilo mais National Geographic possível - como “A” oportunidade perfeita de interação com o mundo selvagem!

É daí que começa minha “lembrança” de viagem!!

Eu e mais três amigos tínhamos acabado de desembarcar no continente africano e no dia seguinte ao nosso primeiro jogo na Copa (Holanda x Dinamarca)... fomos fazer o primeiro safári!

O lugar escolhido foi o Lion Park em Joanesburgo (www.lion-park.com). 


Esse parque é indicado a todo turista, pois por ser pequeno... existirá uma quase certeza de ver os animais de perto (sim... nem sempre quando você faz um safári existe a certeza de você ver os bichos - lembrem que os parques são gigantes e os animais estão literalmente soltos).


Além disso... o Lion Park ficou conhecido por possuir um berçário interativo, onde  os turistas podem tocar nos filhotes de animais.

Sim... isso mesmo: existe a possibilidade de, no final do passeio, você ver os filhotes dos animais selvagens como se estivesse numa pet shop! Para os ativistas do Greenpeace uma observação: os animais ficam ali até atingir idade para serem devolvidos à natureza (eles são posteriormente soltos no Kruger - maior parque da África do Sul).

Pois bem... Claro que não íamos perder essa chance de ver e tocar nos bichos de perto.

O esquema é simples: você paga proporcional a quantidade de bichos que quer tocar.

Escolhemos a opção de contato com dois animais (melhor custo-benefício)!

Existiam várias possibilidades, mas é claro que a mais comentada em qualquer site, blog, revista, folder ou coisas do tipo é tocar nos filhotes de leão.

Ao entrar era fácil perceber onde eles estavam, pois as maiores filas já se concentravam na entrada!

Tinha leopardo, tigre, pantera, rinoceronte... e por aí vai!



O tigre foi logo descartado, pois os ‘filhotes’ não correspondiam mais a essa palavra. A brincadeirinha dentro da jaula por si só já aterrorizava.



Abortado esse felino... fomos à procura do outro. Eram três opções: leões normais de quatro meses (tamanho de um labrador); e os famosos leões brancos (não são albinos) que são exclusivos da África do Sul. Esses leões brancos estavam separados em duas jaulas: filhotes com dois meses (do tamanho de um gato grande) e de seis meses (aproximadamente um rottweiler mais comprido).

Decidimos ir primeiro para os leões brancos de seis meses (agora éramos três, pois tivemos a primeira baixa no grupo por falta de coragem).

Ficamos uns dez minutos na fila aguardando nossa vez... e durante todo esse tempo os três (03) leões de seis meses permaneciam completamente imóveis em cima de uma pedra (do mesmo jeito desde que nós tínhamos entrado no berçário 30 minutos atrás).

Todo mundo ia lá... tirava as fotos ao lado dos bichos... acariciava e tudo permanecia do mesmo jeito.

Tudo lindo... tudo maravilhoso... e nós entramos no recinto!

Assim que entramos os bichinhos resolveram descer da pedra e começar a passear pela área cercada.

O tratador africano imediatamente nos alertou que os animais estavam entrando em atividade e perguntou se queríamos continuar a visitação. Atividade? Perguntei! Ele respondeu que eram filhotes... e que iriam começar a brincar.

Sabe brincadeira de filhote de cachorro? Um fica pulando no outro... dando mordidas no dorso, e patadas?

Estava acontecendo ali a mesma coisa... só que ao invés de cachorrinhos com microdentes... eram fortes filhotes de leão com presas já com cinco centímetros.

Com todo o cuidado e atenção do mundo fomos interagindo... alisa ali... pega acolá... os bichos andando e a gente atrás.



Comecei a relaxar e curtir o momento!

Sabe aquele lance das lembranças?? Pois é... eu as estava construindo!

É indescritível a sensação de alisar um filhote de leão.

- Mas Mozart... que viadagem... é só um filhote!

Sim meu amigo... mas é um filhote de leão! Você não imagina como esse nome imprime em seu subconsciente uma carga de adrenalina!

Tudo ia bem... até que percebi que uma vez selvagem: o instinto prevalece!

Estava acariciando um... e um dos meus amigos a minha frente acariciando outro quando percebi a movimentação do terceiro filhote.

Meu olhar foi acompanhando o “predador” (hehehehe) e percebi que algo estava estranho com ele. O leão vinha bem devagarzinho pela lateral... como se quisesse me “arrudiar” (como nós dizemos aqui no nordeste).

Meu instinto apitou e fui levantando...

Armando para o bote e eu demonstrando minha virilidade!
Dito e feito: o “leãozinho” brincalhão veio de lado, meteu as matas em minha coxa e... NHAC... mordeu a lateral de minha cintura!

AAHHHHHHHH!!!!!!!!!

Bicho... dei um grito que deve ter sido confundido com um chamado zulu e ouvido quilômetros de distância.

Com certeza ele estava apenas brincando... pois após minha estridente resposta sonora de reprovação de sua conduta... o leão soltou sua “presa” imediatamente.

Todo mundo no local - inclusive o tratador que registrava tudo com minha câmera - se assustou.
Dois dentinhos em cima e um embaixo!

Não era para menos... tinha acabado de ser mordido!

O tratador perguntou se estava tudo bem comigo?

Levantei a camisa e percebi a marca da mordida e o arranhão causado pelo dente quando girei tentando me desvencilhar!

Resultado: dois furinhos de dente e um arranhão na minha barriga sem necessidade de levar pontos.

Tratamento e apoio médico na África: lava com sabão amarelo! Hehehehehe... coisas da África.

É claro que após a mordida fiquei nervoso... mas ainda fui espirituoso. Na saída da jaula todo mundo que tava ainda na fila queria saber o que tinha acontecido... a única coisa que respondi é que o leão era argentino e não havia gostado de minha camisa do Brasil!

- E aí Mozart mané... depois de ser mordido o que você fez? Fui para a jaula dos leões brancos recém-nascidos! Não queria mais correr riscos! Heheheheh
Esses tinham dois meses!



Pois é gente... hoje seis meses depois do ocorrido, as marquinhas da mordida ainda estão registradas na minha pele!!

Conclusão: viagem para a África é massa, pois te deixa com uma série de recordações, mas são poucas as pessoas no mundo que voltam de lá com uma mordida de leão como lembrança!

Abraço.

Mozart.
Twitter: @mozartborba

Informações: todas as fotos e vídeos foram feitos com uma Sony Cyber-Shot DSC-H10 sem lente auxiliar.

3 comentários:

  1. MUITO BOM, eu dou muita risada com essas tuas besteiras. Mordida de leão? Realmente, isso ninguém esquece. Parabéns por mais esse post.

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  2. Eu acho que uma das funções de um blog é distrair! Se você está rindo... essa função está sendo alcançada! Que bom. Obrigado!

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  3. hahahahahahhahahahha
    Eu to adorandooo esse teu blog Mozart!
    Coisas que só acontecem contigo: gravação do dvd de The Killers, mordida de leão..você tem muuuito o que contar viu?!
    bjoo

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